Saturday, February 11, 2006

Os Valentões

O episódio dos "cartoons" trouxe-nos um grande conforto.
O podermos ter tido conhecimento da existência de um exército de "valentões" dispostos a dar a vida por nós, pela pátria e pela civilização ocidental. A avançar contra os "bárbaros" do Islão ,( que esse exército generalizando vê todos como iguais aos terroristas que nele se albergam) se eles se não compenetrarem que com os nossos valentões não se brinca.
Os nossos valentões "não se borram" ( a expressão é de um deles), estão até dispostos a dar a vida ( dos outros....) para salvar os valores de que "ouvem falar" , esbracejam para esconjurar o perigo, trazem sempre no bolso as naifas dem afiadas (mas com que só agridem papel!!) e só estão à espera que alguém lhes dê um sinal para..... correrem, todos, a esconder-se num sotão bem escuro onde ninguém seja capaz de os encontrar.
Os nossos valentões não têm dúvidas de que são a vanguarda da civilização, os depositários da sabedoria, o ser superior com que outros já sonharam. Que são super inteligentes. Que são invulgarmente cultos. Que têm nobreza de principios. E que, como valentia não lhes falta, não toleram o intolerável. Nem sequer na casa dos vizinhos.
Um dia destes chateiam-se, vão lá e não deixam pedra sobre pedra.

São os grandes e ousados mestres da valentia oral ( é mais oral que verbal...), da provocação quando estão longe , do dar o peito às balas quando não há balas para os atingir.
Os nossos valentões se alguma vez chegasse a hora de exibir, no terreno, a sua tão grande valentia (numa bem protegida rectaguarda) fugiriam como ratos. Ou morreriam de medo.
São um grupo folclórico que só tem um número no repertório.
Mas fazem um vistaço. Incontinentes na palavra escrita ou falada são os entertainers indispensáveis à sustentação do espectáculo.
E,afinal de contas, são inofensivos.

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