Tuesday, April 04, 2006

A dança dos coxos

Descontente com o projecto "polícias internacionais" e a penúria que grassa pela casa, a direcção da PJ numa iniciativa que quase pareceu um assomo de dignidade ameaçou demitir-se em bloco.
O ministro recuou, mas avisou que isto não iria ficar assim. Dito e feito. Santos Cabral já lá vai substituído por um obscuro, e sem dúvida obediente e cordato, procurador distrital.
Até aqui tudo bem, salvo o facto de o ministro não ter sido capaz de demitir Santos Cabral quando a ameaça veio a público. Em vez de agir, falou para dentro ,mas de modo a pudesse ser ouvido. Quase como se rosnasse. Estava a fazer uma promessa a si próprio. Tu pagas-mas..... Amedrontou-se, como se a PJ não pudesse estar sem director nacional durante um dia ou dois.
Agora que o ministro já dorme mais descansado, pensando reposta a sua grande autoridade, subsiste um mistério: onde se aninharam os outros ? Os ousados directores que ameaçaram demitir-se em bloco, mas nem deram um pio quando o director nacional caíu?
Estariam colados às secretárias?
Viram as suas exigências satisfeitas por sua excelência o ministro? A corporação em peso rogou-lhes que a não abandonassem?

Ou fingiram uma solidariedade com Santos Cabral , que não tinham , nem desejavam honrar, para este se atirar para o precipicio?

Como podem estes senhores manter os seus lugares, senão por o ministro não ser muito diferente deles?

Coitados, não sabem que o espectáculo das escolhas e das substituições para lugares de nomeação e confiança governamental, é uma verdadeira dança de coxos.
Não saiem coxos. Já entram assim . E assim se mantêm em funções.

Alguém ficou com dúvidas?

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