Sunday, February 26, 2006

À Lupa

Não há sinal mais claro e óbvio da falsa democraticidade dos nossos políticos do que as suas regulares tentativas para "domesticar" a comunicação social. Pôr-lhe travões. Calá-la. Já não lhes chega enchê-la de fidelissimos homens de mão soberbamente dis farçados de jornalistas.
Entre nós estas tentativas começam a ser tão frequentes que se tornaram um tique.
Se sobre eles cai a dúvida quanto à respectiva seriedade, se fazem asneiras ou prevaricam e são denunciados a sua resposta não é admitir os seus erros e corrigi-los, mas achar forma de calar os críticos.

Se os orgãos do estado trabalham mal e são incapazes de cumprir as suas obrigações logo alguém corre a tentar imputar culpas a quem denuncia , para que os verdadeiros culpados escapem sem censura.

Os falsos democratas que ainda conseguem fazer carreira na política sabem que a autonomia e a liberdade de imprensa, ( a forma mais visivel da liberdade de opinião) são o seu maior inimigo e não descansarão enquanto o não abaterem.

Sabem que a liberdade de opinião e de denúncia dos jornalistas é a sua má consciência e o único adversário que ainda têm de recear e, por isso, a ÙNICA barreira que nos defende do caos.

Queremos denúncias mais claras dos jornalistas. E não medrosas e reverenciais lamurias com se viu na generalidade da nossa imprensa.
Queremos um generalizado vigor nas denúncias, como o de JP Coutinho no Expresso.
Não tenhamos ilusões .
Este governo fará tudo para liquidar a liberdade de informação, de expressão, de denúncia e de crítica dos jornalistas. Para os calar. Pode começar com pézinhos de lã. Mas será o princípio do fim.
E não será com subserviencias, mascaradas com pseudo críticas delicodoces, que a democracia será salva.
Os jornalistas nunca poderão ser políticamente corretos.
Com este tipo de atitude só estarão a alimentar o monstro .

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