Thursday, December 14, 2006

Carolina

Carolina se chama a dama .A mais recente aquisição do clube de auto biografados Português.

A jovem tem vinte e nove primaveras e é um produto do selecta tertúlia literária do Porto que dá pelo sugestivo nome de "No Calor da Noite".

A sua "biografia" é já um best seller. Há até, quem tenha comprado uma dúzia de exemplares.

Inspirada na série Norte Americana "Os Soprano" Catarina mostra toda a sua veia de escritora.

Para apimentar o enredo a autora deu nomes de personagens locais aos herois do seu livro.

Mas foi clara quanto ao tratar-se de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.

Ninguém terá provas de que qualquer dos factos que descreve seja real.

Descansem os personagens que inspiraram o seu livro.


Carolina II

Isto do futebol é realmente um estranho mundo. Embora as suas originalidades, afinal, não sejam nenhumas.

Antigamente ( há muitos, muitos anos) havia uma coisa que se chamava desporto. Depois apareceram os profissionais O dinheito,( sempre ele) atirou com os melhores ideais desportivos para o lixo.

Jogadores, treinadores, dirigentes, árbitros, , roupeiros, médicos, massagistas, agentes (muito especialmente) tudo foi engolido pelo turbilhão

Os milhões são mais abundantes que em muitos bancos e , hoje, ninguém lá anda por desporto. Até esta formula saltou a barreira dos estádios, autonomizou-se e passou a significar que ninguém faz nada para aquecer. Tem de sair massa ou nada feito.

Ora se ninguém faz nada por desporto no vasto mundo dos futebois, ou de qualuer outra modalidade, porque haveria Carolina brincar em serviço?
Sobretudo ela que, como toda a gente começa a saber, sempre foi uma verdadeira profissional.

Carolina III

Carolina jogou com o grande lider azul e branco enquanto a sua devoção à causa rendeu.
Mas a vida de um profissional não é feita de afectos.
Isso é para os palermas que passam horas nos transportes para chegar aos estádios e passam frio e apanham chuva nas bancadas.
Ela tem de ganhar o seu enquanto é tempo. Porque também a sua profissão é de desgaste rápido Como a dos futebolistas.
Abandonada pelo senhor dos seus favores logo tratou da vidinha.
Joga agora de vermelho (dizem) um jogo decisvo contra o seu antigo clube.
Mas profissionais são profissionais O coração não passa do balneário. Quando entram em campo são máuinas. Não são pessoas.
Quem se esqueceu já do nosso Figo e do seu estremado amor à Catalunha e ao Barcelona?
Mourinho não foi para o Chelsea? Querem mais exemplos?
Porque razão haveriamos de estranhar que Carolina não fosse diferente?
Afinal foi na Escola do Dragão que ela acrescentou um notável mestrado ás suas reconhecidas qualificações profissionais .

CAROLINA IV - O Mistério

O único mistério é saber de onde lhe veio tão súbito desejo de se confessar De lavar uma alma inquieta E tão profícua veia literária também.
Essa sim, seria a grande revelação.

CAROLINA V -A montanha e o rato

Carolina vendeu livros e fez vender jornais e revistas sem conta.
A montanha parece grande, mas garantimos que irá parir um rato?
Aceitam-se apostas

Pasmamos com as esperanças (e a ingenuidade) dos que prevêm que os "denunciados" (?!) por Carolina possam vir, finalmente, a prestar contas à Justiça.
A única coisa que os investigadores têm nas mãos é uma "biografia" de faca e alguidar. Um vómito mal cheiroso. Uma patética confissão de uma personagem com um curriculo que não entusiasma ninguém.
E ela própria afirma não ter provas de nada.
E, por isso, vai derramar sangue, suor e lágrimas para demonstrar que não passa de uma reles e despeitada caluniadora.

CAROLINA VI-Epílogo

Pinto da Costa pode ter sido, ou não, um homem caluniado durante anos.
Veremos.
A clubite aguda move montanhas e é responsável por um rol interminável de canalhices.

Mas pouco importa ,agora.

As coisas pôem-se num plano completamente diferente.
Já não falamos de futebois, mas de pessoas e da sua dignidade

CAROLINA/PINTO DA COSTA

O maior dos crimes de Pinto da Costa não precisa de investigação, nem de provas adicionais.
É público e lastimávelmente confrangedor.
Passeou-se com a madame pelos melhores restaurantes, exibiu-a em lugares públicos, apresentou-a aos amigos. Impôs a sua presença a outros. Beijoqueiro e delicodoce como um adoslente borbolhento e irresponsável.
Massacrou-nos, em lume brando, com o espectáculo da sua auto mutilação social.

FCP
Expôr uma instituição com a grandeza do FCP a uma relação estouvada do seu presidente com uma dama que sempre primou pelas suas rascas originalidades e, agora,finalmente se expôs de corpo inteiro, fragiliza-o, como homem,de forma definitiva. E o homem vem sempre primeiro.

Por mais que o FCP lhe deva , Pinto da Costa deve-lhe agora também uma retribuição final, mantendo o clube ( e os seus associados e simpatizantes) à margem destas mixórdias que só a ele se devem.
Tem de se demitir.
Mesmo sabendo que os benfiuistas iguais à sua ex dama ( e só esses!) irão promover uma grandiosa comemoração nacional.
Não é um hara kiri. É o primeiro passo do caminho para a recuperação de uma dignidade perdida.

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