Saturday, April 29, 2006

Os comentários suscitados pelas palavras de Cavaco na sessão comemorativa do 25-A na Ar já não deixam dúvidas.Cavaco quis pegar num tema pacifico.Porque mesmo os que se estão nas tintas para as desigualdades sociais e convivem perfeitamente com elas ,não têm coragem para se opor a um discurso que proponha a diminuição do fosso ou ( teóricamente) a sua eliminaçao.

O PR não quis fazer ondas e conseguiu-o.

Mas com as suas afirmações sobre a justiça social, a pobreza e a exclusão ( ainda que com as estranhas reservas sobre o papel das instituições privadas de solidariedade social com as quais não tem que contar ou deixar de contar)o PR meteu-se numa camisa de setes varas.
Pela 1ºvez na sua vida política manifestou com clareza estas suas preocupações.

Agora, ou honra as suas palavras, não as deixando cair em saco roto, ou morreu à nascença.
Se Cavaco se não tornar o primeiro agente desta luta , quando voltar a falar no tema as pessoas vão rir-se dele como o mesmo sorriso de gozo com que sempre ouvem as promesssas e as declaraço~es de intenção dos mestres da palavra fácil e sem consequências.
Se não pretendia passar das palavras ( e ainda admitimos que o tivesse querido!) porque se meteu em terá metido em tão perigosa aventura?

Thursday, April 27, 2006

CAVACO E A COESÃO SOCIAL

CAVACO não é um paraquedista na política.
Durante dez anos foi o responsável pelas políticas levadas a efeito.
Saiu como entrou. Sem ter mudado nada no que diz respeito às questões económicas, que sempre privilegiou, ou sociais,que nunca o comoveram.
Por isso o seu apelo a uma melhor atenção às questões da exclusão social e a um esforço para quea justiça social seja privilegiada,deixa os mais céticos de pé atraz.
Cavaco é o mesmo.
Enquanto 1º ministro nunca se comoveu com questões sociais. As desigualdades eram um "produto natural" dos modelos por que optou. A sua formação económica e financeira levaram a melhor até sobre a sua formação Cristã.
Acontece que Portugal é o país da europa menos eficaz no combate à pobreza.É também o nono país da UE commaior risco de pobreza.
A percentagem de Portugueses com um rendimento inferior a 60% da média é de 27% antes da intervenção do estado baixando apenas para 21% depois das transferências sociais.
A questão não é,pois, académica.
A questão é: perante tudo isto, Cavaco mudou mesmo ou limitou-se a fazer o seu número, para Portuga ver, e vai continuar um obstinado adepto do ultra liberalismo que promove a agrava o fosso entre muito ricos e muito pobres?
Quer reformas ou dar esmolas aos pobrezinhos?
Quer um estado capaz de resolver este problema ou continua a pensar que o estado deve recusar essa obrigação e vai esperar que as instuições privas façam o que o estado se recusa a fazer?
Todas as dúvidas são legitimas. Vamos esperar para ver se Cavaco se reconverteu ou apenas quis aliviar a sua má consciencia.
O tempo o dirá.

Tuesday, April 25, 2006

VINTE E CINCO "A"

Cavaco Silva acabou há momentos a sua intervenção na sessão comemorativa do 25 A na Assembleia da República.
Descontado o equívoco das palavras, hoje, pela primeira vez na vida fui Cavaquista.

Gostávamos que o PR nunca as esquecesse e fizesse justiça às suas palavras. Transformando-as numa postura futura que produzisse transformações efectivas ao nível da solidariedade e coesão social.
CS centrou as suas palavras na questão da Justiça Social, na problema da exclusão social e nas questões que afectam e afligem os mais desprotegidos.
Não esquecemos que este é , também o discurso da direita, mesmo a mais reaccionária , que não hesita em usá-lo sempre que lhe dá jeito. Mas não sentimos nas palavras de Cavaco a hipocrisia que a direita usa quando ensaia este tipo de estratégia.
Acreditamos que Cavaco tenha interiorizado que o homem não solidário será sempre um ser menor. Um ser sem dimensão ética.
Mas ser solidário implica sacrifícios . Não se resume a palavras nem a esmolas apaziguadorea de consciências em sofrimento
E quando a suposta esquerda (falamos do PS, eviddentemente) já esquece este dever de inclusão dos mais desprotegidos ( e o contraria mesmo, abertamente, como é o caso mais gritante, do ministro da saúde) sabe sempre bem ouvir evocá-lo, seja da boca de quem for.
CS desvalorizou as lutas ideológicas caseiras, que todos sabemos já não passarem, há muito tempo e a nível partidário, de meras manifestações de natureza e indole clubistica. Os Portugueses estão fartos de conversa. De jogos fúteis. Querem ver progresso.
O PR propõs como grande objectivo nacional um grande Plano Nacional para a Inclusão.

Cavaco envergonhou Sócrates e o PS.
Por mais que estes, envergonhados, o aplaudam.
E lançou a confusão no resto das hostes.

Sunday, April 23, 2006

FUMADORES II

O meu texto "Fumadores" transformou-me num mártir.
Foi uma experiência única. Nunca tinha levado tanta pancada .
As bordoadas choveram de onde menos as esperava. Bateram-me sem dó nem piedade e sem eu ter tempo para perceber tanta vontade de me "esquartejar" .
A primeira coisa que pensei foi retirar o texto do blog. Mas rápidamente me dei conta que isso seria a pior solução. Ficava sem conhecer esta nova faceta dos meus amigos que todos juraram nunca mais ler uma linha que eu escrevesse, dava um sinal de estranha fraqueza e arrependimento e passava uma esponja pela consciência dos fumadores que entendem menos as consequências da sua devoção ao cigarrito do que eu as eventuais consequências do que possa escrever.
Por isso decidi fazer-me forte. Manter o texto no blog. Manter (reafirmar) tudo quanto são referências a dados objectivos e estar-me nas tintas para os que não sejam capazes de entender o exercício de escrita que ensaiei. Ver onde está a realidade , que é amarga, e a ficção.
A parte ficcional não incomoda fumadores que foram, afinal quase 100% dos meus agressores. Só houve uma excepção, que se está nas tintas para o fenómeno da critica ao tabagismo,mas por outras razões também não me poupou. Com uma leitura muito própria, deu-me o golpe de misericórdia.
Muito bem. Vamos em frente.
Retiranddo a referida ecepção , assim separarei o trigo do joio.
Inicio aqui este perigosissimo exercício sado masoquista.

Friday, April 21, 2006

PETRÓLEO III

Lamentar hoje a crise petrolífera sem suscitar a questão das energias alternativas, é alimentar uma mentira.

Os interesses petrolíferos não querem nem ouvir falar de energias alternativas.
Estas são inimigos naturais do "gang" dos petróleos.

Os produtores querem manter o mercado petrolífero pujante,com preços altos e sem substituto nos mercados. Para melhor poderem gerir os ganhos e e mantê-los até que se esgotem as suas reservas.

A TEIA POLÍTICA CRIADA E SUSTENTADA PELO MUNDO INTEIRO pelo lobi dos petróleos se encarregará de manter o actual estado das coisas, enquanto existir uma reserva de petróleo para explorar.
Gás? energia elétrica? energia solar? qualquer outra forma de energia explorada de forma industrial?
Só por cima dos cadáveres dos homens do petróleo.

Todo isto com a total passividade e supina estupidez dos governantes de países não produtores , que, quando não são pefeitamente corruptos, demonstram não entender nada do que se passa à sua volta e se sujeitam a uma espécie de fatalismo que lhes é servido devidamente acondicionado, sem promover alternativas que possam ajudá-los a dormir melhor.
PETRÓLEO II

A história do último século e do início deste mostra-nos aquilo de que os interessses ligados ao petróleo são capazes. Que se pode sintetizar numa palavra. Tudo.
Até aos limites da violência armada .
Sempre que se fala de petróleo os interesses dos grupos que vivem à sua sombra sobrepôem-se a quaisquer direitos. Humanos, inclusive.
Não se respeita nada nem ninguèm.
Para o jogo continuar a ser minimamente limpo ( se alguma limpeza pode haver neste domínio)
não poderemos nunca esquecer esta realidade.
É condição sine qua para que se tente entender porque a situação é irreversível e porque todas as "análises" de "peritos" sobre a evolução que nos espera são feitas com a mais descarada má fé.
PETRÓLEO

Politica e económicamente as variações à volta da questão (preço) do petróleo estão a transformar-se numa espécie de mentira universal, que todos se recusam a denunciar.
A verdadeira história das "questões" do petróleo é a dos interresses económicos que giram à sua volta. Tudo o resto é feito e dito para mascarar esta poderosa realidade.
Há reservas de petróleo suficientes para , se as regras funcionassem, garantir o seu abastecimento a preços razoáveis durante muitos anos.
Mas não é isso que acontece. Aos produtores comvém garantir o preço mais alto possível e na conjuntura mundial laboriosamente criada nos últimos anos ninguém lhes pode criticar esse objectivo. Quiseram que fosse assim. É assim.
Casinos

Lisboa tem o seu casino. O estado não investe, mas "associa-se" com Stanley Ho" na exploração do jogo. É uma maneira de ganhar umas massas rapando metade dos lucros.
Que são certos, porque o jogo nunca deu prejuízo em sítio nenhum domundo.
A Camâra Lisboa também leva a sua fatia e , por isso, não deixará de incitir à frequência do local.
No meio desta história toda só Stanley Ho demonstra alguma lucidez e total coerência. O negócio dele é este.
E sabe como geri-lo. No dia da inauguração, para que ninguém tivesse dúvidas afirmou publicamente: "Nunca joguei nem gastei dinheiro em casinos". O homem não é parvo.
Sugiro que esta declaração seja colocada em todas as portas do casino. Para que os seus frequentadores possam aperceber-se daquilo que, realmente,são.
Uns verdadeiros cretinos.

Monday, April 17, 2006

FUMADORES

A vida está complicada para os fumadores.Não lhes bastavam os efeitos do tabaco sobre a sua saúde querem , agora, tirar-lhe o supremo gozo de enriquecer tabaqueiras, estado e revendedores sempre que lhes apeteça. E lixar o pulmãozito. Que , se a lógica não for uma batata, também tem de lhes dar gozo. Talvez para se vingarem dos não fumadores que terão de suportar, via Serviço Nacional de Saúde, os custos do tratamento de todas as suas maleitas .

O exemplo, para não variar, vem de fora.
Sérá dificil que escapem. Os mais obstinados em vez de enriquecerem só tabaqueiras vão passar a enriquecer também psiquiatras.
Que aliás deveriam todos visitar obrigatóriamente desde o dia da primeira passa. Mas enfim...

Quem compra por bom dinheiro, um pacote de cigarros onde está escrito em letras garrafais "O Tabaco Mata", e os consome enfiando o fumo pelas goelas abaixo , das três uma: ou não sabe ler, ou não acredita pensando tratar-se de uma brincadeira de mau gosto ou é completamente virado ds neuróneos. Doido.

A relação tabaco/informação/fumador é a prova provada que de a espécie espécie humana não é um primor de inteligência. É um conjunto de primatas menos inteligentes que qualquer outro bípede que instintivamente recusa tudo quanto possa fazer-lhe mal.
Mas isto não é novidade para ninguém.

Acontece que, por mim, nestas coisitas pessoais, sou perfeitamente liberal. Desde que não haja ofensa dos meus direitos, o que com o tabaco, infelizmente, nem sempre é o caso.
Querem estoirar coma saúde, que estoirem, e lhes faça muito bom proveito.
Estão informados. Não podem mais tarde queixar-se.

Garanto que não precisei de lei nenhuma para me proteger. Na minha casa ninguém fuma . No meu escritório idem aspas. Para mim os fumadores nunca tiveram sexo . Fazem todos parte de um grupo a evitar para relaçoes permanentes prolongadas. São assim uma espécie de sexo a evitar.

Não frequento lugares empestados por fumo onde possa tornar-me fumador passivo, engolindo, à força, uma mistura de fumo, álcool e algumas drogas menos inocentes.Tudo com uma variedade de aromas para todos os gostos.

Mas, paciência. Querem fumar, é lá com eles. Eles que não venham ter comigo que eu não vou ter com eles.

De qualquer modo daqui lanço um lancinante apelo ao legislador para que não os liquide com a abstenção total compulsiva. Para que seja minimamente compreensivo. Que não se esqueça de que eles valem muito dinheirinho aos cofres do estado. E podem vir a render muito mais.
Deixem-nos envenenar-se . Aumentem o preço de cigarros e charutos para o dobro e constituam com este excedente um fundo de suporte de pensões inferiores a mil euros.
Resolveriam assim, de uma vez por outras o problema da sustentabilidade da segurança social.
É uma solução só com vantagens.
Não esqueçamos (não brinco!) que os grandes viciados (fumo dependentes) já não são senhores da sua vontade. São uma categoria própria de deficientes. E já vimos que torturar deficientes escandiliza os sentimentos de todos os Porugueses, menos Juízes do STJ. E não se pode fechar uns no quarto esccuro e atirar todos os outros para o meio da rua .
Façam como eu e deixem-nos fumar. Mas não se esqueçam do apoio ao reformadinho.

Haja dó...

Friday, April 14, 2006

EU, pecador me confesso...

A verdade é que eu já não me tinha em grande conta quanto a questões de santidade.
Mas, condescendente, quanto baste, comigo próprio, e olhando ao que via à minha volta lá ia conseguindo sobreviver. Dividia os pecados em grandes e pequenos. Em desculpáveis e não desculpáveis . E os meus, evidentemente, (pois era eu próprio o catalogador...) eram todos pequenos e desculpáveis. Dormia descansado.
Eis senão quando, na Terça Feira passada , o cardeal norte Americano James Francis Stafford de que nunca ouvira falar, me tirou o sono.
O reverendo anunciou, em ante estreia mundial, o novo rol das actividades consideradas como pecados pelo Vaticano.
E atirou comigo e quase todo o mundo para as chamas do inferno.Eu bem que desconfiava que neste mundo super povoado alguma coisa teria de acontecer para obstar a que o céu se transformasse numa espécie de China noutra dimensão. Um lugar sem sossego possível, onde todos se acotovelam e não há lugar para mais ninguém.
O problema está resolvido. A partir de agora quem vir muita televisão, passar muito tempo a navegar na net ou for, como eu, um viciado na leitura está condenado.
De um dia para o outro vi-me transformador num grande pecador, sem escapatória possível. Coisa que, com um esforço moderado, sempre tentei evitar ser.
E a coisa agora é ainda mais complicada que nos tempos da Santa Inquisição, porque o Vaticano nos deixa sem referências. Podia , pelo menos, dar-nos uma listas de autores ungidos e mandar queimar os outros como nos bons velhos tempos. Podia ser que sobrasse alguma coisa.
Mas não. Segundo parece , agora, é tudo uma questão de dose. O gosto pela leitura tornou-se igual à gula. Quem exagere no seu tempo de leitura (ou de TV ou de navegação na net) está liquidado. Verá a sua alma cremada, sem apelo nem agravo.
Confesso que nalguns momentos de maior fraqueza muitas vezes me passou pela cabeça que no Juízo Final me iria sentir muito pouco à vontade.
Mas que me perderia por não resistir a uns bons contos, uns excelentes romances, deliciosa poesia ou uns magnificos ensaios é que nunca me tinha passado pela cabeça...
Andava distraído.
Mesmo que eu deixasse de ler agora já não escapava.
A não ser que o novo cardápio dos pecados não tivesse aplicação retroactiva, coisa que o bispo não esclareceu.
Vou pensar como é que dou a volta a isto e já volto.
Faço questão de continuar a dormir como um anjo.

Thursday, April 13, 2006

Empresários

Ainda hoje é dificil entender o que foi aquele séquito de empresários fazer a Angola atrás de Sócrates. Por cá não investem nada . Não criam empresas. Não criam emprego. Não criam riqueza. Nada de nada.
Quem queriam eles enganar em Angola?
Viva o Forróbódó

Grande número dos deputados da AR esta semana, sentindo o cheirinho da Páscoa pôs-se a milhas. Vazou. Havia diplomas para apreciar e votar? Não houve quorum? E depois? Que esperem. Os senhores deputados dizem que para a semana lá estarão.
O patrão é compreensivo. Paga no dia certo e não irá despedi-los. Nem sequer suspendê-los ou admoestá-los. São uns principes de cordel.
A culpa é de quem os incluiu nas listas e em quem os eleitores se viram obrigados a acreditar.
Julgam-se gente e afinal comportam-se como ronçeiros mangas de alpaca.
Onde terão estes senhores ido buscar a ideia que são trabalhadores com regalias que os outros trabalhadores pagos pelos cofres do estado, como eles, não têm?

Wednesday, April 12, 2006

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Que Justiça?

Tiago Caiado Figueiredo, escreveu no Diário Económico de ontem que "Portugal não tem justiça.(....) A lentidão da justiça é um escudo para uma classe crescente de caloteiros e aldrabões".
É verdade. Mas é muito mais do que isso. Os nossos tribunais na sua quase totalidade são o desespero de quem a eles recorre e seus advogados.
Os processos arrastam-se durante anos e anos sem solução à vista. Um adiamento de um julgamento é pretexto para um adiamento por vários meses. Qualquer requerimento é susceptivel de atirar um processo para a base da pilha onde dormirá durante mais uns meses. As manobras dilatórias são o pão nosso de cada dia e bem recebidas por quem as utiliza para justificar atrasos. A litigância de má fé é abundante e nunca penalizada.
Os juízes não se queixam com a veemência que lhes seria exigida do acumular de processos e aproveitam-no para justificar os seus permanentes atrasos.
Esta justiça não serve ningém senão quem não queira prestar-lhe contas.
Tem razão Tiago Figueiredo.

Tuesday, April 11, 2006

MAIS UM

Alipio Ribeiro , até há oito dias um anónimo Procurador tomou, ontem posse do cargo de Direcor Nacional da Policia Judiciária. Num discurso de verdadeira circunstância, disse tudo quanto se esperava que dissesse. Sem uma virgula a mais ou a menos.
È o sindrome da cassete a marcar presença na hora exacta.
Tudo certinho. Desde o traje e a postura á afirmação de independência.
Não fosse alguém lembrar-se que o ministro escolheu quem não faça ondas.

O único mistério que continua a subsistir é porque é que magistrados de carreira, independentes e supostamente apolíticos, se deixam tentar por lugares de passagem, onde a única coisa que têm certa é , como intrusos que são, serem mal recebidos pela gente da casa. E..corridos, mais tarde ou mais cedo. Sem honra nem glória. Nem obra feita.
Que estranhos designios motivam estes senhores?
MAIS UM

Alipio Ribeiro , até há oito dias um anónimo Procurador tomou, ontem posse do cargo de Direcor Nacional da Policia Judiciária. Num discurso de verdadeira circunstância, disse tudo quanto se esperava que dissesse. Sem uma virgula a mais ou a menos.
È o sindrome da cassete a marcar presença na hora exacta.
Tudo certinho. Desde o traje e a postura á afirmação de independência.
Não fosse alguém lembrar-se que o ministro escolheu quem não faça ondas.

O único mistério que continua a subsistir é porque é que magistrados de carreira, independentes e supostamente apolíticos, se deixam tentar por lugares de passagem, onde a única coisa que têm certa é , como intrusos que são, serem mal recebidos pela gente da casa. E..corridos, mais tarde ou mais cedo. Sem honra nem glória. Nem obra feita.
Que estranhos designios motivam estes senhores?

Friday, April 07, 2006

Nós e os outros

O governo Canadiano recusou liminarmente a oferta de treze milhões de euros, feita por Cathy Kangas , presidente da empresa de cosméticos PRAI Beauty, para ser entregue aos caçadores de focas , para que cessem, de imediato, o massacre destes mamiferos marinhos na Terra Nova.

A verba oferecida corresponde exactamente à receita que o governo Canadiano diz resultar dos massacres . E não poder dispensar.

O governo Canadiano nem sequer tratou de saber se os caçadores estariam , ou não, dispostos a aceitar a oferta evitando o mortícinio.

Mesmo tendo-lhe sido garantidas as receitas, obrigou os caçadores a ir à vida e condenou os bébés focas à morte.

Retirado o romantismo, de num mundo como o nosso , onde todos os dias morrem milhares de crianças á fome e por falta de assistência mínima, com um absoluto desinteresse de governantes e da comunidade internacional, alguém admitir que conseguiria impedir o massace das pequenas focas a questão é genuina e o drama está presente.

Os governantes Canadianos julgam ter maior dignidade Darwiniana do que as focas.
É o equívoco dos mediocres.

É claro que convencer o governo canadiano que eles próprios estão culturalmente mais animalizados do que qualquer outro animal conhecido, é tarefa ainda mais dificil do que convencê-los a poupar as pequenas focas. Por isso elas irão morrer.
São 325 000 mil focas a abater a tiro e 10 000 a golpes de espigão preso a um pau.

Desdenhoso e mostrando o que lhe vai na alma o governo Canadiano fez saber , através do porta voz do ministério das pescas, que a oferta é inaceitável. "aconselhando"Cathy Cangas a "investir" o seu dinheiro numa causa mais nobre.
Como se estes senhores fizessem a mais pequena ideia do que seja "nobreza".

É neste mundo que vivemos , sem nada poder fazer para o modificar.
O único (triste) consolo que nos resta é saber que muitos milhões de pessoas no mundo se postos perante o dilema de abater uma foca bébé ou um ministro deste (deste!) governo Canadiano , por razões de hierarquização da inteligência e da afectividade, provavelmente hesitariam . Ou...talvez não!
Tin tin em Angola

Não é um novo album de Hergé.
É a 1ª coisa que nos faz lembrar a incursão de Sócrates por terras de Angola.

Uma aventura inocente e semconsequências, para deleite de amantes da banda desenhada.
Porque não se entende a utilidade da excursão.
Sócrates é um neo liberal mal disfarçado de socialista.
Também ele entende que o estado só atrapalha.
Mais em Angola porque por cá, convenhamos. Por cá já se rendeu. O estado nunca promoverá a saída da crise. Reduziu-se à sua insignificância e espera que os investidores façam o milagre.
Tornou-se, assim, um fervoroso adepto da iniciativa empresarial.
Porque terá então avançado para Angola para eventuais negociações ao nivel de estados com umcortejo de empresários debaixo do braço?
Então para Angola tem ideias diferentes?
Em Angola há já muitos Portugueses e muitas empressas Portuguesas , devidamente integrados e a trabalhar bem, que nunca precisaram de nenhum Sócrates, ou qualquer outro político bem falante , mas politico/económicamente nulo, para nada.
Estão lá os melhores e os mais ousados.
Os que nunca lá puseram os pés e só se atreveram a pisar solo Angolano com a papá a dar-lhes a mãozinha não são de fiar. E os Angolanos sabem-no muito bem.
São uma casta diferente que nunca arrisca nada. Dão uma galinha a quem lhes der um porco.

Se Sócrates tivesse ido só teria feito muito melhor.
Acordos de cooperação ao nível do ensino, da saúde, da justiça e de tudo quanto pudesse significar aperfeiçoamento das instituições públicas Angolanas ajustam-se às probabilidades de implementação que dependem de Sócrates.
O resto é um devaneio que os Angolanos podem perdoar-lhe, mas não levam a sério.

Sócrates não pode ter dois pesos e duas medidas para a relação do estado com os empresários .
Uma para uso interno e outra para uso externo.
Em casa fiscalizá-los e fingir que tudo depende deles . Em Angola querer transformar-se no seu anjo da guarda. Fingir ser o seu incentivador e protector. Sabendo que nunca o será.
Mais do que as palavras de circuntância é esta realidade que define Sócrates.
Os Angolanos farão a sua própria selecção. Ficarão com o trigo e devolverão o joio.

Wednesday, April 05, 2006

O seu a seu dono

Só hoje pela imprensa matutina viemos a saber que, afinal, houvera directores da PJ que, solidarizando-se com o director nacional, mandaram o ministro Costa às urtigas. Como ele estava a pedir , aliás.

Não sabemos porque é que a quase a totalidade da imprensa de ontem omitiu esta solidariedade.

Pelo facto tiramos o chapeu aos ex directores que rapidamente se solidarizaram com o director nacional deixando todos os outros"fora de jogo".

Para os 1ºs as nossas desculpas. Para os últimos os votos de que a sua vez não tarde muito.

Tuesday, April 04, 2006

A dança dos coxos

Descontente com o projecto "polícias internacionais" e a penúria que grassa pela casa, a direcção da PJ numa iniciativa que quase pareceu um assomo de dignidade ameaçou demitir-se em bloco.
O ministro recuou, mas avisou que isto não iria ficar assim. Dito e feito. Santos Cabral já lá vai substituído por um obscuro, e sem dúvida obediente e cordato, procurador distrital.
Até aqui tudo bem, salvo o facto de o ministro não ter sido capaz de demitir Santos Cabral quando a ameaça veio a público. Em vez de agir, falou para dentro ,mas de modo a pudesse ser ouvido. Quase como se rosnasse. Estava a fazer uma promessa a si próprio. Tu pagas-mas..... Amedrontou-se, como se a PJ não pudesse estar sem director nacional durante um dia ou dois.
Agora que o ministro já dorme mais descansado, pensando reposta a sua grande autoridade, subsiste um mistério: onde se aninharam os outros ? Os ousados directores que ameaçaram demitir-se em bloco, mas nem deram um pio quando o director nacional caíu?
Estariam colados às secretárias?
Viram as suas exigências satisfeitas por sua excelência o ministro? A corporação em peso rogou-lhes que a não abandonassem?

Ou fingiram uma solidariedade com Santos Cabral , que não tinham , nem desejavam honrar, para este se atirar para o precipicio?

Como podem estes senhores manter os seus lugares, senão por o ministro não ser muito diferente deles?

Coitados, não sabem que o espectáculo das escolhas e das substituições para lugares de nomeação e confiança governamental, é uma verdadeira dança de coxos.
Não saiem coxos. Já entram assim . E assim se mantêm em funções.

Alguém ficou com dúvidas?

Saturday, April 01, 2006

O Estatuto da Violência

O Correio da Manhâ do passado dia 30 de Março incluía nas páginas centrais uma interessante reportagen sobre o aumento da violência tentre parceiros (vulgo, casais) homosexuais. Homens e mulheres. Porque as meninas também têm pelinho na venta.

Grande parte da reportagem esgotou-se na discussão sobre saber se a violência entre parceiros homossexuais configuraria, ou não, uma situação de violência domestica, tal como a entendem o legislador e os tribunais Portugueses.
E, assim, se passou ao lado do essencial.
Porque o que importa recordar é que os homossexuais se outorgaram , finalmente, um estatuto que (este sim!) os iguala aos piores heterossexuais. Muito mais do que poderia fazê-lo o "casamento" que todos eles reclamam e que entre os heterossexuais está cada vez mais em desuso.
Começaram a desancar-se uns aos outros.

Infelizmente é quase sempre assim. Quando um grupo social reclama uma integração ou pretende mostrar-se igual aos seus modelos, é sempre pelo pior que começa.

Os homossexuais, que o imaginário próprio e alheio , se tem esforçado por apresentar como modelos de afectividade, (capaz de explicar as suas peculariedades sexuais) já começaram a agredir-se uns aos outros, como há séculos faz a ralé dos casais heterossexuais.

É um passo de gigante para o reconhecimento da "igualdade" que reclamam .

Já não precisam de demonstrar mais nada.